Apresentação do curso

UM BREVE CONTEXTO HISTÓRICO

A história do bacharelado em Conservação e Restauração da UFRJ não pode ser compreendida, com plenitude, em separado da história da própria Escola de Belas Artes.

Em síntese, a fundação da Escola Real de Ciências Artes e Ofícios, a ERCAO, em 1816, pode ser considerada como a pedra fundamental do ensino e da produção de arte oficial no Brasil. De fato,  o nome da ERCAO não resistiu à efervescência política brasileira mudou algumas vezes, em diferentes períodos. Desta forma, Academia Imperial de Belas Artes (1826-1908), Escola Nacional de Belas Artes (1908-1965) e Escola de Belas Artes (1965-hoje) podem ser considerados estágios diferentes de uma mesma instituição ao longo tempo. A ERCAO foi, portanto, um embrião do que é hoje a Escola de Belas Artes da UFRJ.

Em amplo aspecto, a história da restauração de bens patrimoniais no Brasil confunde-se com a da própria Escola de Belas Artes da UFRJ, uma vez que os primeiros relatos de restauros em solo brasileiro advêm de intervenções na pinacoteca da Academia Imperial de Belas Artes. De fato, durante muito tempo a teoria e a prática do restauro estiveram tecnicamente difusas em meio ao fazer artístico, em uma simbiose pouco profícua para os próprios bens culturais. É bem verdade também que foi na Escola de Belas Artes, já em meados do século XX, que foram oferecidas disciplinas formais (graduação e pós-graduação) para a formação de conservadores-restauradores tecnicamente mais capazes e atentos às questões éticas e estéticas, próprias do campo da restauração. Nesse contexto, nomes como Edson Motta e Marylka Mendes - ambos docentes da EBA/UFRJ, vertebraram a formação de gerações de interventores do patrimônio cultural brasileiro.

A formação de graduados em conservação e restauração no Brasil tem início em 2009, sendo fruto do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - o REUNI. Nos dias atuais, o Brasil possui três centros de formação de bacharéis em conservação e restauração, além da UFRJ: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Universidade Federal do Pará (UFPA).


CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO, NA UFRJ

Embora o título outorgado seja exatamente o mesmo entre todas as IFES que oferecem o bacharelado em conservação e restauração, a formação de cada curso reflete, de alguma maneira, o contexto onde os cursos estão inseridos. No caso do curso da UFRJ, vale a pena ressaltar alguns contextos que favorecem e tornam único o curso da UFRJ.


Sendo uma das maiores metrópoles do Brasil, culturalmente, o Rio de Janeiro tem como principal característica ser um centro artístico pujante e sede de instituições públicas e privadas que são únicas no país. Todo esse contexto, forma uma atmosfera ideal de trabalho e desenvolvimento de estudiosos do patrimônio cultural o que beneficia muito o alunado do bacharelado em Conservação e Restauração da UFRJ. Seguem abaixo algumas da instituições que abrigam campos de estágio e/ou iniciação científica do curso de Conservação e Restauração e/ou que absorveram bacharéis formados no curso da UFRJ:

Em mesmo sentido, o Rio de Janeiro é uma das cidades brasileiras com maior densidade de instituições de ensino superior públicas do Brasil e que permitem o ensino continuado no âmbito stricto senso. Citam-se aqui alguns programas de pós-graduação que absorveram e/ou absorvem estudantes egressos e que são campo de atuação dos docentes do bacharelado em Conservação e Restauração da UFRJ.


Nesse contexto a cidade do Rio de Janeiro pode ser considerada um grande ativo do bacharelado em Conservação e Restauração, uma vez que a atividade desenvolvida pelo conservador-restaurador está intimamente conectada às necessidades de uma das principais e mais antigas cidades do Brasil.


Sendo a primeira instituição oficial de ensino superior do país, a UFRJ é, também, a maior e melhor universidade federal do Brasil.  Do ponto de vista dos números, a universidade tem 172 cursos de graduação, mais de 300 cursos de pós-graduação (lato e stricto senso), nos quais são formados, simultaneamente, mais de 60 mil estudantes (graduação e pós-graduação). Somando-se estudantes, técnicos-administrativos e docentes, a UFRJ tem um corpo social com cerca de 80 mil pessoas, que distribuem-se em 4 campi e 12 unidades isoladas.

Em função de toda sua importância histórica e estratégica para o Brasil, a UFRJ possui um rico patrimônio, salvaguardado em 18 entes museais vinculados ao Sistema de Museus, Acervo e Patrimônio da UFRJ, o SIMAP. Nesse contexto, a UFRJ emerge como uma instituição afeita à preservação patrimonial e que serve de campo de estágio para os acadêmicos e como oportunidade de trabalho para os egressos do bacharelado em Conservação e Restauração.  Seguem abaixo alguns dos órgãos internos que oferecem oportunidade de estágio e/o iniciação cientifica para os estudantes de graduação do curso de Conservação e Restauração:


Sendo a mais antiga e tradicional instituição dedicada ao ensino e à produção de arte em território nacional, a Escola de Belas Artes da UFRJ emerge como um centro avançado de formação de profissionais do campo da cultura, do design e do patrimônio cultural. Formalmente a EBA/UFRJ pertence ao Centro e Letras e Artes, que congrega 4 outras unidades acadêmicas: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Escola de Música, e a Faculdade de Letras. A EBA/UFRJ possui 13 cursos de graduação, 2 especializações, 2 cursos de mestrado e 1 curso de doutorado nos quais estudam, simultaneamente, ~2700 estudantes. Um dos maiores ativos da Escola de Belas Artes o seu Setor de Memória e Patrimônio, que congrega o Museu Dom João VI, a Biblioteca de Obras Raras da Escola de Belas Artes, o Arquivo Histórico e Setor de Direitos Autorais.


De fato, a Escola de Belas Artes é um ambiente muito favorável à troca de saberes e à produção acadêmico-científica no campo do patrimônio cultural e a localização do bacharelado de Conservação e Restauração nesta unidade acadêmica pode ser considerada um grande ativo do curso. Vale a pena ressaltar que os acadêmicos do curso de Conservação e Restauração estão livres para cursar diferentes disciplinas oferecidas pela Escola de Belas Artes, sendo recomendado que o façam em até 90h da sua carga horária. Esse intercâmbio profícuo é enriquecedor e capaz de formar conservadores-restauradores críticos, reflexivos e com pensamento alinhado com as melhores práticas humanisticas, técnicas e científicas.